domingo, 5 de abril de 2009

Mil tons distintos

As marcas no papel
não são as de minhas letras
são memórias.

As letras subscrevem lembranças quase descolores.

Há ainda
entre aquilo que imprimo e aquilo que examino
alguma cor.

As palavras
fios de algodão doce
tecem linha e colorido.

O corpo apaga-se em mil tons distintos
só para apanhar certa transparência solene.

Não há como significar tudo.

As cores não são dizíveis
são extensões...

...meu corpo é pura extensão.

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