segunda-feira, 27 de julho de 2009

Maria de amar

Tenho nome Maria
Mas nenhuma vocação pra santa.

Meu sangue é preto e ferve feito feitiço ruim.

Na cintura carrego mais do que lembranças.

Meu corpo inteiro dói.

Ao tempo em que tudo se dissolve em mim
não guardo nem ódio nem beleza.

tudo é menos árduo se transparente.

Maria para constar.
Maria para morrer.
Maria para calar.

Ora vez falo quando dá na telha.

E por vezes, falo mal.
Mas o mal que contenho
não é maldade.

É amor.

Amor de maria, minúscula.
Indecisa.
Transparente.

Amor de morrer.
Amor de sentir.

Maria, Maria...
diz a canção
tantas vezes Maria.

Nenhuma pode me definir.

Nada.

Apesar disso corro.


e muitas poucas horas
viro vento.

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