Escrevo porque morro.
Meu ser é enigma.
Minha lacuna se faz traço
para inscrever no papel
a falta, a minha morte,
o despir-me.
Sem recursos,
estou possessa.
E como nada tenho a perder,
traço.
Traço linhas enigmas
perdidas
pela minha morte cotidiana.
Impossível no papel
caber
meu destino inventado.
Fio partido
meu traço
traça a borda
da vida
da morte
escrevente e enigmática.
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