Não se pode dizer o que se é.
Ser é bifucar-se.
Abrir-se, partir-de,
espalhar-se...
É ter sensação de certeza
quando se é o mundo
todo e nada.
É ser outro.
É ser estrangeiro familiar de si mesmo.
Não digas o que pensas que és.
Ou, diga, apenas, diga.
Que a palavra se esvai,
impede o certo,
o fixo,
o inequívoco.
Se somos deserto mesmo
cheios de outros,
somos antes um nada,
um limite,
uma fenda.
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